Uma equipa de investigadoras da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um novo tipo de LED com melhor qualidade de luz branca e produzido com materiais baratos e amigos do ambiente, o que potencia a redução os custos de fabrico e, consequentemente, de comercialização. O novo LED, que tem também melhor índice de reprodução e temperatura de cor e melhor estabilidade e brilho constante do que os convencionais, foi apresentado num estudo publicado, esta segunda-feira, pelas investigadoras portuguesas na revista científica Nature Communications, uma das mais prestigiadas do mundo.

“Sendo os LEDs uma alternativa às fontes de iluminação convencionais, energeticamente mais favorável e ambientalmente mais sustentável, espera-se que venham a dominar nas próximas décadas a indústria de iluminação”, o que justifica a aposta da UA nesta área, explica Rute Ferreira, coordenadora do estudo.

De acordo com um comunicado da UA, a luz do LED português assemelha-se à emitida pelo Sol, o que faz com que não necessite do habitual recurso a filtros para se tornar mais acolhedora e para não interferir com a perceção das cores do ambiente que a rodeia. Uma das suas vantagens é, portanto, um maior conforto para os olhos associado ao seu uso na iluminação, quer interior, quer exterior. Mas não é a única: os materiais não tóxicos e abundantes na Natureza com os quais é produzido tornam-no uma hipótese mais económica e ecológica.
“Para criarmos este LED, foi desenvolvido um novo material, formado por partículas de dimensões nanométricas, constituídas por uma parte orgânica, baseada em ácidos carboxílicos, e uma outra parte inorgânica, feita por um mineral à base de alumínio”, acrescenta a cientista do Departamento de Física da UA.
Segundo a investigadora, as partículas foram depois depositadas na superfície de um LED comercial que emite luz ultravioleta, “luz esta que o material absorve e converte em luz branca com elevado brilho”.
Os novos LEDs, criados também com a colaboração de Xue Bai e Vânia Freitas, dos departamentos de Física e Química e do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos da UA, resultam, portanto, da utilização de um material com caraterísticas “desejáveis de um ponto de vista industrial e ambiental”. A solução é produzida “com matéria-prima barata, não tóxica e que pode ser encontrada na Natureza em minérios como a bauxite, que tem uma produção elevada de 200 milhões de toneladas”, esclarece Rute Ferreira, acrescentando que tal a torna uma melhor opção do que os atuais LEDS brancos, que contêm “iões lantanídeos” tóxicos e “com custo de produção elevado”.

O trabalho da UA foi feito em parceria com a Humboldt-Universität, Berlin-Alemanha, a Universidade Federal de Pernambuco, Recife-Brasil e Chinese Academy of Science, State Key Laboratory of Luminescence & Applications, Changchun-China. N. Pinna e G. Caputo associados, atualmente, com a Humboldt-Universität foram membros do CICECO durante vários anos.

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